Quando eu recebi o diagnóstico de câncer de mama.
Eu tive medo de como o meu corpo ficaria.
Tanto em relação ao meu cabelo quanto pela cirurgia.
Apesar de tudo, eu olhei pelo lado positivo e pensei.
“O câncer não se manifestou em um órgão vital“.
Nesse sentido, você não consegue viver sem um rim, fígado ou coração.
Contudo, sem seios, você consegue!
Lógico que é péssimo para a autoestima.
Além de ficar sem cabelo, você precisa fazer uma cirurgia para retirar o seio.
Afinal, esse é o protocolo.
Já que por mais que a quimio tenha eliminado o tumor.
Por segurança, os médicos retiram a maior parte da pele ao redor do “professor”.
Portanto, com esse pensamento.
O diagótico de câncer de mama começou a ficar mais leve .
E, eu comecei a ser mais grata.
O Cirurgião Mastologista
Antes de mais nada, ao me deparar com câncer de mama aos 36 anos.
Eu pesquisei no google o currículo de todos os médicos do convênio.
Eu pedi indicação para os meus amigos.
E, desta forma, eu escolhi o médico que eu queria.
Contudo, ele não tinha agenda próxima pelo convênio.
Já que eu ia fazer a minha primeira cirurgia na vida.
Pelo menos, o médico cirurgião mastologista tinha que ser O médico.
Esse era o meu pedido para o Universo.
E, eu fui atendida.
Mas Gisele, como você sabe que foi o Universo que fez isso?
Bom, ao invés de passar pelo oncologista geral no início do processo.
Eu fui atendida, primeiro, pelo cirurgião mastologista.
Já que na minha cabeça, eu só precisava fazer a cirurgia.
A ficha do câncer de mama ainda não tinha caído…
Porém, o exame de imunohistoquímica e anatomopatológico.
Decretaram que eu faria 16 sessões de quimioterapia neoadjuvante, ou seja, antes da cirurgia.
E foi o cirurgião mastologista que me passou essa informação.
Eu fui parar no consultório particular dele por acaso.
Na terça-feira eu marquei com um cirurgião por indicação.
Porém, a especialidade dele era gastro.
E, por “coincidência”.
O médico que eu havia pesquisado no início de tudo.
Aquele que não tinha agenda próxima pelo convênio.
Esse mesmo médico atendia no consultório em que eu estava.
Sem eu saber!
Além disso, ele foi terça-feira só para fazer um relatório.
Uma vez que o dia de atendimento com ele é na segunda-feira.
E, mesmo assim, ele me atendeu.
Eu estou relatando essa história para mostrar que por mais que a situação seja desafiadora.
Pedidos se realizam.
Câncer de Mama e as Infinitas Possibilidades
Assim como o Universo tem infinitas possibilidades.
A cirurgia no mundo oncológico também tem.
Uma das várias lições que eu aprendi com o câncer de mama foi que eu não tenho controle de nada.
Sendo assim, ao terminar as 16 sessões de quimioterapia.
Eu repeti os exames e ainda apareceu um nódulo irregular medindo 1 cm.
A oncologista disse que esse nódulo, poderia ser resto da doença ou uma cicatriz.
Somente no dia da cirurgia, eu descobriria se a quimio teve efeito total ou parcial.
Além disso, o cirurgião me mostrou dois cenários.
Resumindo, no cenário A o médico não mexia nas minhas costas e eu ficava com o mamilo.
No B o cirurgião retirava o mamilo e um pedaço das minhas costas para fazer enxerto.
Já que nesse cenário o tumor afetou tudo.
E, também, eu ficava sem mamilo devido à posição do tumor.
Eu sabia que eu tinha uma margem de 3 cm.
Sendo assim, eu ficaria com o mamilo e as minhas costas intactas.
Eu fiz muitas horas de Reiki para ter o resultado que eu queria, o cenário A.
Porém, a ideia de ter o B e não o A estava me angustiando.
Afinal, o apego gera sofrimento.
Então, foi em uma sessão com a minha terapeuta de thetahealing que eu aprendi a soltar o resultado.
Eu finalmente entendi esse conceito Taoista.
Aceitar e confiar no Universo ou Deus.
Ou seja, o criador de tudo o que é.
Posteriormente, eu fui para o hospital com sentimento de profunda paz.
Mesmo sem acompanhante devido à pandemia.
Eu estava tranquila e confiante. E depois de 4 horas de cirurgia.
Eu tive a melhor notícia da minha vida.
As minhas costas estavam intactas.
Eu nunca senti uma felicidade tão cheia de gratidão.
A Vida Depois do Câncer de Mama
Antes de mais nada a minha cirurgia foi perfeita.
Eu fiz mastectomia radical nipple sparing com biópsia de linfonodo sentinela.
O qual não estava comprometido. Amém!
Porém, a jornada não terminou.
Como eu disse anteriormente.
A parte cintilante nos exames pós quimioterapia, poderia ser resquício de tumor ou uma cicatriz.
Sendo assim, no anatomopatológico evidenciou 3,3 mm de doença residual.
Eu não fiz radioterapia, pois eu fiz mastectomia radical.
Além disso, eu não tive comprometimento de linfonodos.
Contudo, para que eu tenha tranquilidade nos próximos anos.
Além de vida longa após cinco anos.
Eu estou fazendo tratamento de quimio oral com o Xeloda (Capecitabina).
Estudos recentes mostraram que as pacientes de câncer de mama com subtipo triplo negativo.
Tiveram ótimos resultados ao utilizarem o Xeloda reduzindo as chances de recidiva.
Sinceramente, eu não penso nisso.
Viver pensando que a doença pode voltar.
Você morre em vida.
Portanto, o melhor pensamento é o viver o agora.
Essa é mais uma lição que o câncer de mama me proporcionou.
Enfim, após a quimio oral, vem a reconstrução da mama.
E, finalmente, eu poderei colocar um ponto final nessa jornada oncológica.
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